APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Evento na UFBA relembra os males da ditadura na universidade

Na tarde de hoje (16), o Instituto de Geociências da UFBA sediou o evento “Ditadura Militar na UFBA: A História Que Não Deve Ser Esquecida”. Diversos alunos da universidade e da escola básica, professores atuantes e aposentados marcaram presença na ocasião e lotaram o Auditório A da instituição para assistir a programação que contou com duas palestras e um debate.

A palestra de abertura trouxe a temática “50 Anos do AI-5: Ditadura Nunca Mais”, e contou com a participação da professora Lucileide Costa Cardoso (FFCH), que ressaltou a importância de retomar as memórias da ditadura para que ela não se repita: “É necessário lembrar para não esquecer”, afirmou a professora. A palestra contou também com contribuições do professor João Augusto, com relatos breves sobre a censura dentro da universidade e os cortes de investimentos que a mesma sofreu durante o golpe de 64.

essa2

O mestrando e membro da Comissão da Verdade e Memória da UFBA, Leandro Coutinho, encerrou a palestra falando sobre como foi importante o resgate dos documentos e as revelações que a Comissão conseguiu proporcionar, porém criticou o fato dessas atividades de investigação não terem a continuidade que deveria.

“Não é possível retomar vinte anos de história em apenas um. O trabalho da Comissão foi importante, mas é necessário que exista um trabalho de pós comissão também, e isso não está ocorrendo”, criticou Leandro.

A segunda palestra teve o objetivo de coletar diversos relatos de professores que sobreviveram ao período ditatorial e contou com a participação de Arno Brichta (IGEO), diretamente da Holanda através de uma transmissão via Skype. O professor falou sobre como o clima de medo e tensão imperava durante os anos da ditadura e sobretudo da sua prisão.

“Naquele momento a gente não podia confiar nem na nossa própria sombra. Eu fui preso na rua, torturado, condenado e demitido do meu trabalho. Também tive que sair do país, e uma das minhas lembranças mais fortes lá de fora, foi quando vi que nas universidades de lá as pessoas podiam expressar seus posicionamentos sem preocupação, muito diferente do Brasil naquele mesmo período. Esse foi um dos momentos nos quais eu mais senti o quanto a liberdade é preciosa”, contou o professor.

Além de Arno, outros professores também contaram seus relatos, como Iracy Picanço (FACED) e Emanuel Barreto (IGEO), além do técnico administrativo Aroldo Misi. O evento foi encerrado com um debate entre os palestrantes e o público presente.

essa3

Facebook
Twitter
Email
WhatsApp