A Comissão Estadual da Verdade entregou em 12 de agosto, Dia Nacional dos Direitos Humanos, seu relatório final ao governador do estado Rui Costa. O documento, composto de três volumes e mais de 2 mil páginas reúne depoimentos de vítimas, relatórios de audiências públicas e todo o trabalho realizado pela Comissão com o objetivo de esclarecer e aprofundar os conhecimentos sobre o impacto da ditadura militar na Bahia. São membros da Comissão o diretor social e de aposentados da Apub Joviniano Neto e a professora Dulce Aquino, diretora da Escola de Dança da UFBA.
Em seu discurso, Joviniano Neto destacou a contribuição de diversas entidades ao trabalho da Comissão, como o Grupo Tortura Nunca Mais, a ABRASPET, o Sinquímica, ABI, OAB-BA e também a Apub. O sindicato promoveu dois eventos em atenção ao tema: em 01 de abril de 2014, na ocasião dos 50 anos do golpe militar, uma palestra com Waldir Pires, na qual ele relatou sua participação nos fatos que antecederam a consumação do golpe em Brasília, quando ele, Darcy Ribeiro, na época Chefe da Casa Civil, e Doutel de Andrade, o líder do governo no Congresso, tentaram impedir a deposição do presidente João Goulart. E, em 11 de março deste ano, o professor João Augusto Rocha, da Escola Politécnica e membro do Conselho Curador da Fundação Anísio Teixeira apresentou seu relatório questionando a versão oficial da morte do educador.
A Comissão fez uma série de recomendações do governo do estado para a manutenção da memória dos acontecimentos e para o estabelecimento de uma política em defesa dos direitos humanos, como o reconhecimento público das vítimas, a extinção dos “autos de resistência” e a criação de um Sistema Estadual de Prevenção e Combate à Tortura.