APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

A GREVE NA UFBA, O COMANDO LOCAL E A APUB SINDICATO

“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada”Trecho do poema de Eduardo Alves da Costa, atribuído a Vladimir Maiakóvski.

1. Desde o dia 26/06/2012, em Assembleia Geral de Greve, a Diretoria da APUB Sindicato orientou-se pela busca da unidade do nosso movimento, em luta pelas reivindicações da categoria, mesmo em meio a reconhecidas divergências existentes entre a Diretoria e o grupo de oposição, que influencia a maioria dos membros do Comando Local de Greve (CLG). Aquela assembleia escolheu delegados para se deslocarem a Brasília, financiados pela APUB (não do fundo de greve), tendo seu mandato condicionado a que buscassem a participação tanto na Comissão de Mobilizaçao Nacional do PROIFES, quanto no Comando Nacional de Greve da ANDES, a fim de nos informarem sobre ambas posições. Tal deliberação tem sido absolutamente desrespeitada por todos(as) delegados(as), desde aquela data. Eles se atêm exclusivamente ao CNG ANDES, que passaram a tomar, arbitrariamente, como único. Tal miopia política tem feito do CLG um apêndice do CNG Andes, trazendo às assembleias relatos de um só dos lados, sendo vedado ao PROIFES, do qual a APUB faz parte, a apresentaçao de seus informes. Isso constitui flagrante desrespeito à pluralidade de posições, tão cara e necessária ao movimento docente;

2. O CLG, órgão não estatutário, de caráter informal e transitório, composto por cerca de 20 pessoas, praticamente não renovado, e representando poucas unidades da UFBA, vêm, num crescendo, desde aquela data, criando dificuldades à sadia convivência democrática em nosso movimento, por conta de constrangimentos contínuos causados à Diretoria do Sindicato, representante legal e legítimo dos docentes federais do Estado da Bahia;

3. Esta ação não é isolada, mas organizada como um movimento de oposição também em outros dois estados: Goiás e Mato Grosso do Sul. Tudo que é aprovado nas assembleias aqui, também é aprovado naqueles dois estados vinculados ao PROIFES Federaçao, o que configura um movimento político orquestrado pela Andes, em busca da reconquista desses sindicatos, uma ação absolutamente fora de tempo, que, sem dúvida, desloca o foco da unidade da luta em torno de nossas reivindicações. Tirem suas dúvidas em:

http://comandogrevedocentesufba.blogspot.com.br/

http://greveufg.blogspot.com.br/

http://greveufms2012.blogspot.com.br/

4. Além disso, os constrangimentos à APUB são de diversas ordens, e extremamente graves, em um momento crucial, quando deveríamos, com base em fatos verdadeiros e análises rigorosas e isentas, tomar importantes decisões sobre a condução da greve que se já se arrasta,por dois meses;

5. Grave é o fato do CLG tentar a desqualificação contínua da APUB e de sua direção na condução da greve, insistindo em colocar, por exemplo, um livro de presença exclusivo do comando nas assembleias e apenas “permitindo”, quando muito, a participação de membros da Diretoria na mesa diretora, para dar a impressão de que estamos unidos e coesos em torno de suas estreitas posições;

6. Grave é a presença ostensiva e contínua de dirigentes da ANDES, alheios à base sindical da APUB, nas reuniões do CLG, encarregados de apresentar as orientações daquela entidade e excluir explicitamente as informações do PROIFES. Além disso, tem havido uma sistemática apresentação de mentiras contra a Diretoria da APUB, sem direito à defesa, muitas delas desmascaradas, impunemente, no curso das próprias assembléias;

7. Extremamente grave é a indicação feita pelo CL, para a Assembléia, que aprovou a posição, no estilo de rolo compressor, de que a greve, embora decidida no seio do conjunto da categoria, em assembléias abertas a não associados, deva ser financiada somente pela APUB, isto é, somente pelos associados de nossa entidade;

8. Essa atitude é absolutamente contrária, não somente à legislação sindical, mas, também, à tradição da construçao de greves em sindicatos, mormente no movimento docente, desde antes da criação da ANDES, em 1981. É muito grave, portanto,  o fato de o CLG induzir a aprovação, em assembléias com a livre participação de toda a base sindical, de recursos do sindicato com a finalidade de enviar pessoas, até memso não sindicalizadas, ao CNG – Andes, sendo que a APUB nem sequer é filiada a essa entidade. Tal posiçao irresponsável pode permitir até mesmo que a Diretoria seja levada ao constrangimento da responsabilização  civil por um ato que não cometeu por decisão própria;

9. As atitudes no sentido de monopolizar toda a comunicação sobre a greve têm levado  o CLG ao paroxismo de defender a emissão de notas pagas (e muito caras), em jornais de grande circulação, tendenciosamente redigidas, sem a permissão de qualquer argumentação da Diretoria, muitas das quais contém apenas uma versão parcial do processo de negociação em curso com o Governo;

10. A tentativa doentia de isolar a Diretoria de contatos com a Imprensa, tem levado a descalabros como a fiscalização doentia dos passos de membros da Diretoria, quando da aproximação de jornalistas às assembleias e à sede da entidade, criando um ambiente de hostilidadade e cerceamento da liberdade de opinião e expressão, com descabida e deselegante desconfiança em relação a companheiros de luta, absolutamente incompatíveis com o ambiente sindical e universitário;

11. O fato mais grave, entretanto, foi o CLG ter exarcebado as atribuições temporárias que lhe são dadas pelo movimento, no intuito de reverter a decisão da Assembleia Geral de 18/07/2012 que, em nome da unidade na luta, aprovou que as questões relativas às relações da APUB com o PROIFES e à CUT deveriam ser discutidas em assembleia especialmente convocada para tal finalidade e  somente após o encerramento da greve. Naquela AG firmou-se uma trégua, no sentido de que as divergências políticas ao interior do movimento não tirassem o foco da luta pelas nossas reivindicações. No entanto, o CLG patrocinou a defesa da posição contrária, e a decisão da Assembleia Geral do dia 25/7, sob os protestos desta Diretoria, contribuiu para reacender o tensionamento, em tudo lesivo aos interesses da categoria;

12. Soma-se a tal deliberação equivocada, a descabida posição do CLG de  tentar induzir a Assembleia de 25/7 a impedir a participação da Diretoria da APUB na mesa dos trabalhos. Mesmo revertido pelo plenário, com pequena diferença de votos, isso nos traz a uma situaçao, indesejada pela Diretoria, mas irreversível, já que decidada em Assembleia, de afastarmo-nos do CLG, na medida em que fica evidente sua parcialidade, ao investir menos no que nos une do que naquilo que nos separa, em prejuízo da concentração coletiva em defesa da luta pela reestruturação da carreira docente e a melhoria de nossas condições salariais e de trabalho.

NÃO AO AUTORITARISMO DIVISIONISTA DO COMANDO LOCAL DE GREVE NA UFBA!!!!

Silvia Lúcia Ferreira

Presidenta da APUB- Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino  Superior do Estado da Bahia

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