APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Governo Bolsonaro congelou o acesso ao ensino superior público

A educação nunca foi prioridade do governo Jair Bolsonaro. Eleito à base de inúmeras fake news (inclusive sobre as universidades públicas brasileiras), o presidente não poupa esforços para aniquilar esses espaços produtores de ciência, tecnologia e conhecimento.

Em vez de valorizar a importância do acesso de todos à educação de qualidade em todos os níveis, o chefe do poder executivo promove o desmonte do MEC, reduz orçamentos da educação e não poupa ataques às instituições.

Recentemente, em um dos seus discursos repletos de ódio e desinformação, afirmou que a “esquerdalha criou 1 trilhão de universidades pelo Brasil”.

Seria bom se isso fosse verdade, porque o Brasil se equipararia a outros países que conseguiram garantir o acesso ao ensino superior à maioria da população.

Infelizmente, não chegamos nesse patamar, mas é inegável que houve um avanço gigantesco a partir de 2003, porque de fato, nos governos Lula e Dilma Roussef (2003 a 2016), foram criadas 18 universidades federais e 173 campus universitários. Em mais de uma década, o total de vagas ofertadas cresceu exponencialmente – de 505 mil para mais de 1 milhão.

Nesse mesmo período, foram criados os Institutos Federais (IFs), que se disseminaram em mais de 360 unidades em todas as regiões do país.

Aqui no nosso estado, já existia a Universidade Federal da Bahia (desde 1968), mas foram criadas a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), o Instituto Federal da Bahia (IFBA) e o campus dos Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

UFNT é uma iniciativa de outro governo

A canetada foi de Bolsonaro, mas a única universidade federal de sua gestão é, na verdade, resultado de um projeto elaborado pelo governo de Dilma Rousseff. Ao sancionar a lei de criação da UFNT, o presidente declarou que estava começando uma “forma diferente de encarar o ensino público” no país.

A declaração não passa de palavras rancorosas ao vento. Na prática, nada aconteceu. Nem um único curso de graduação, além dos 18 já existentes antes do seu governo, foi criado. Nos dois campos da UFNT, em Araguaína (TO) e Tocantinópolis (TO), o abandono é marca registrada.

Apenas no segundo semestre de 2021, por meio de uma autorização do MEC de 2020, que o campus de Tocantinópolis abriu 40 vagas para o curso de Direito. De resto, permanece o descaso.

Conquistas do ensino superior estão em perigo!

Se não bastassem os diversos casos de corrupção no MEC (que envolvem cobrança de propina em barra de ouro em troca de liberação de recursos para prefeituras, superfaturamento de ônibus escolares, escolas-fake e kits de robótica superfaturados), o governo de Jair Bolsonaro vem promovendo os maiores cortes orçamentários da pasta nos últimos anos, reduzindo o orçamento para o menor patamar da década (mesmo com o aumento da população brasileira).

Mesmo à deriva, as universidades públicas seguem na resistência, enfrentando até a falta de recursos para manutenção de serviços básicos como limpeza e segurança. Mas com a união de professores, estudantes e servidores técnico-administrativos, estamos conseguindo superar esse período de ataques.

O acesso ao ensino superior público é um direito de todos os brasileiros e essa luta deve ser de toda a sociedade. Compartilhe essa ideia.

Fonte: APUB

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