APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

É preciso derrubar as barreiras colocadas contra as mulheres na ciência

A desigualdade entre homens e mulheres na ciência é um desafio que precisa ser superado com urgência. Apesar de a América Latina ter praticamente atingido a paridade (46%), de acordo com um levantamento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com a British Council, esse quadro está longe do ideal.

Segundo a Unesco, as cientistas do sexo feminino representam cerca de 33% no mundo. O equilíbrio esperado exigiria que esse percentual ficasse entre 45% e 55%.

As mulheres sofrem muitos preconceitos e ainda são vítimas constantemente da violência de gênero. Dessa forma, é urgente a adoção de políticas e iniciativas que estimulem uma maior participação feminina no ambiente científico.

Além dessa igualdade ser preponderante para o desenvolvimento do país, a disparidade existente atualmente entre homens e mulheres pode se agravar. Estima-se que até 2050 mais da metade dos empregos existentes atualmente vão desaparecer. Por outro lado, a previsão é que 75% das ocupações do futuro estarão atreladas às habilidades das áreas ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) e ciências, tecnologia e inovação (STI).

Por essas e outras razões, já na educação básica, deve existir um incentivo maior à participação das mulheres no mundo da ciência. É preciso superar o mito de que as engenharias, por exemplo, são território preferencialmente masculino. A quebra de paradigmas deve ocorrer em todas as etapas da educação.

É uma situação que merece atenção, afinal, 60% das crianças que começam os estudos hoje podem acabar trabalhando em profissões que ainda não existem.

Superar o machismo

As mulheres que atuam na ciência continuam demonstrando disposição para superar barreiras: segundo estudos da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), entre 2014 e 2017, o Brasil publicou cerca de 53,3 mil artigos, dos quais 72% são assinados por, pelo menos, uma pesquisadora mulher.

Em países como o Chile, Equador e Costa Rica esse índice é inferior a 51%.

Estereótipos de gênero e barreiras culturais precisam ser superados com a máxima urgência. O lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive nas áreas de STEM e STI.

Enfrentar a desigualdade de gênero na ciência e tecnologia deve ser uma bandeira mundial. Para que seja possível cumprir uma agenda que priorize o futuro do planeta e o desenvolvimento sustentável, é essencial que esses obstáculos sejam superados o quanto antes. 

O desafio é empoderar as mulheres em todos os setores, incluindo pesquisa, ciência e tecnologia. Esse é o ponto de partida para construir uma sociedade mais desenvolvida, livre e igualitária.

Fonte: APUB

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