A Apub Sindicato repudia mais um caso de racismo, dessa vez ocorrido no âmbito da Universidade Federal da Bahia, ao mesmo tempo em que se solidariza com o professor Antônio Alberto Lopes, o qual disputa o cargo de diretor da Faculdade de Medicina da UFBA e foi vítima desse crime em redes sociais.
Sabemos que o racismo no Brasil e no mundo não é episódico. Todos os dias inúmeros casos nos alertam para o fato de que esse é um problema histórico, estrutural e sistêmico que precisa ser enfrentado com ações efetivas – que passam por políticas públicas, ações afirmativas, denúncias e responsabilização das instituições e das pessoas.
O currículo, história e competência de Antônio Alberto Lopes, como médico e professor, são inquestionáveis, dignas de disputa no pleito e de condecoração. Esses ataques sofridos nem de longe diminuem suas conquistas e seu valor, entretanto reforçam que o espaço acadêmico ainda está imbuído de preconceitos, atrasos e opressões. Não à toa, ao longo de 208 anos de existência, a Faculdade de Medicina da UFBA nunca foi dirigida por um professor ou professora negra, situada na cidade mais preta fora de África.
Não é fácil e não será. A cada passo que os negros e negras avançam no sentido de suas conquistas, individuais e coletivas, os racistas reagem com mais violência, tentativas de desumanização e nenhuma vergonha. Portanto, já sabemos que há um longo caminho a ser trilhado dentro e fora das instituições para desmontar o pensamento e a prática racista, e para que a população negra não só acesse direitos e melhores posições sociais, mas seja, de fato, respeitada e valorizada.
Atitudes como essa envergonham a Faculdade de Medicina e a UFBA. É preciso cobrar investigação e punição dos responsáveis pelos ataques. Racismo é crime!
