A presidenta da Apub, professora Raquel Nery, representou o sindicato na tarde de hoje (20) em audiência pública, promovida pela OAB-BA, sobre o Future-se, programa de financiamento para a Educação Superior do MEC.
Ela falou sobre o pano de fundo da proposta do governo, que é a quebra do pacto social estabelecido pela Constituição de 88 e (contra)reforma do Estado brasileiro. “Impossível debater future-se sem falar da Emenda Constitucional 95 [teto de gastos] e demais reformas que vieram pós-golpe”, afirmou. Além disso, a professora pontuou que “a asfixia financeira veio combinada com uma propaganda criminosa contra a imagem da universidade pública” e que a oposição ao programa deve ser qualificada, reafirmando o caráter público da Universidade, defendendo a autonomia universitária e a capacidade de boa gestão comprovada, em todos os âmbitos, por sua comunidade, e a unidade do sistema das Instituições Federais de Ensino Superior. Participaram também da mesa de debate os professores da UFBA, Penildon Filho (Prograd) – que destacou o Future-se como síntese do governo: “do ponto de vista econômico é neoliberal. Do ponto de vista político, visa combater o pensamento crítico, é neofascista” e Luiz Filgueiras (Economia), que situou o projeto a partir de uma avaliação da estrutura econômica do país. “Nossa economia é capitalista dependente, tecnológica e financeiramente. Não há interesse em desenvolver tecnologia, ciência, porque o capital estrangeiro ganha com nossa dependência”, disse. Participaram ainda a professora Hildonice Batista do IFBaiano, além dos membros das Comissões de Educação Jurídica e Defesa da Autonomia Universitária da OAB-BA.
