APUB SINDICATO DOS PROFESSORES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DA BAHIA

De mãos dadas com a democracia, pela universidade e por direitos

Professora Antônia (Dinah) Pereira fala sobre seu espetáculo “História delas: questões de gênero?”

Com direção da professora Antônia Pereira (Dinah Pereira), o espetáculo “História Delas: questões de gênero?” estará em cartaz entre os dias 8 e 17 de junho, no Teatro Movimento da Escola de Dança da UFBA. As sessões acontecem de quinta a sábado, às 19h, com entrada gratuita. A terceira parte de uma trilogia sobre gênero e identidade, o espetáculo se baseia na subjetividade e na memória das atrizes envolvidas em sua produção em uma colagem de histórias que demonstram as imbricações entre o pessoal e o político. A professora conversou com a Apub sobre a concepção e objetivos do espetáculo. Veja a abaixo:

De onde veio da ideia do espetáculo

“Do meu projeto de pesquisa do CNPQ. Eu sou pesquisadora do CNPQ desde de 2007 e faço minhas investigações sempre em torno do teatro do oprimido, de opressões, de histórias de vida. Mais recentemente eu comecei a me interessar por gênero, mais para indagar mesmo do que para afirmar. Esse espetáculo é um segundo de uma trilogia. O primeiro foi “X ou Y? Algumas questões sobre gênero”, que estrou em 2015. Fizemos ainda algumas apresentações em 2016 e logo depois eu comecei a trabalhar nessa segunda parte. Eu faço primeiro encontros teóricos”.

Diferenças entre o primeiro espetáculo e este

“O primeiro não era muito ancorado nas nossas histórias de vida. Ele era mais ancorado em memórias, sensações… tinha muita projeção audiovisual com entrevistas de pessoas trans, homens e mulheres. Esse de agora é todo feminino.

A primeira [parte] foi muito poética, tinha muito audiovisual, –  música também -, mas tinha mais audiovisual porque a gente se utilizava de projeções e elas interagiam, tinham uma função bem ativa no espetáculo. Dessa vez, obviamente que tem muito visual também –  inclusive tem uma metáfora de uma máquina polaroid instantânea que a gente tira foto e ela “toma vida” e começa a encenação. Mas o diferencial dessa peça em relação à primeira é que ela é toda baseada na subjetividade”.

De onde vêm as histórias contadas

“São nossas histórias. Ou da gente que está em cena ou de pessoas que estiveram conosco e que por alguma razão não puderam vir até o resultado final. Quem participou do projeto, contou sua história e aí a gente ressignificou e está trazendo esse espetáculo. Na verdade ele é uma espécie de colagem”.

Pessoal e político

“Eu parto do princípio, que as feministas também partiam, mas também o Stuart Hall de que o pessoal é político. [Hall] Traz para a esfera do político todas as questões que antes eram julgadas como domésticas, da intimidade das mulheres…  E que não é, são questões políticas. No nosso espetáculo a gente vai ver uma menina lésbica cujo romance de amor com uma mulher muito mais velha não pode ser desvendado porque o pai é homem, o irmão é homem. Tem também a trans que sofre opressão do professor na escola. Mas não é assim militante de declarar não, o público é que vai procurar entender. É isso também: você trabalhar com essas histórias de vida e essas memórias dentro do gênero traz necessariamente à tona a noção de opressão”.

Ouça também o spot sobre o espetáculo

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